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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1259-1

1259-1

SOROPREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À Brucella ovis EM CARNEIROS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

Autores:
Nathalia Schneider Cunha Mattos (IPVDF - Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor) ; Mônica Paaz (IPVDF - Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor) ; Isabela Blumberg Rico (IPVDF - Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor) ; Davi Guedes (IPVDF - Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor) ; Rovaina Laureano Doyle (IPVDF - Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor) ; Maurício Gautério Dasso (IPVDF - Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor) ; Nathalia de Bem Bidone (IPVDF - Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor) ; Rogério Oliveira Rodrigues (IPVDF - Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor) ; Bruno Dall'agnol (IPVDF - Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor)

Resumo:
No Brasil, Brucella ovis é uma preocupação significativa para a criação de ovinos devido à sua capacidade de causar epididimite ovina, uma doença infecciosa transmitida sexualmente que pode levar a abortos esporádicos em ovelhas e infertilidade em carneiros. Para abordar essa questão, o serviço veterinário oficial do estado do Rio Grande do Sul (RS) implementou o Programa Estadual de Sanidade Ovina (PROESO) em 2014. No entanto, apesar dos esforços para controlar a doença, não existem estudos de prevalência de B. ovis no RS para saber se a enfermidade diminuiu significativamente ao longo dos anos. Neste estudo, nosso objetivo foi estimar a soroprevalência de B. ovis e identificar possíveis fatores de risco no rebanho de ovinos no RS. Foi realizada a colheita de amostras de 921 carneiros em 344 propriedades em todo o estado. A soroprevalência de B. ovis em nível de rebanho foi de 6,4% (95% IC: 2,58 – 8,74%; 22/344), 3,5% (95% IC: 0,24 – 5,41%; 12/344) e 2,0% (95% IC: -0,72 – 3,35%; 7/344) em diferentes pontos de corte do teste ELISA (30%, 45% e 60%, respectivamente). A mesorregião sudoeste do estado do RS apresentou a maior prevalência, com os municípios de Santana do Livramento e Dom Pedrito mostrando as taxas mais altas. Em relação aos fatores de risco, o estudo revelou que carneiros mais velhos (boca cheia) têm quase dez vezes mais chances de serem soropositivos do que os mais jovens, indicando a natureza crônica da doença. Propriedades com mais de quatro carneiros acima de seis meses de idade tiveram um risco maior de serem soropositivas, provavelmente devido ao aumento do contato e transmissão. Além disso, propriedades que possuem acima de seis cães têm cerca de quatro vezes mais chances de ter carneiros soropositivos, indicando o papel potencial dos cães na disseminação da doença por meio da contaminação ambiental. O estudo destacou a importância de ajustar os pontos de corte para o teste de ELISA com base no contexto epidemiológico. Diferentes pontos de corte são recomendados para diversos fins, como o comércio em áreas livres da doença ou a erradicação da doença em regiões endêmicas. O uso do ponto de corte apropriado é crucial para reduzir resultados falso-positivos ou falso-negativos e implementar medidas de controle eficazes. Em geral, o estudo enfatiza a necessidade de novas estratégias para controlar B. ovis no RS. Estas podem incluir o uso de pontos de corte mais rigorosos no teste ELISA, testagem de outras categorias de animais, além dos carneiros, e ampliação do número de propriedades certificadas como livres de epididimite ovina. Ao adotar essas abordagens, o programa de controle pode alcançar melhores resultados na redução da prevalência de B. ovis e no gerenciamento mais efetivo da doença no estado.

Palavras-chave:
 Epididimite ovina, Epidemiologia, Diagnóstico, ELISA, Brucelose ovina